Fim de memórias de mais um, ou não.

No começo do ano comecei a escrever um livro, tinha quase tudo em mente de como seria, era o Memórias de mais um.Mas por falta de tempo, preguiça e competencia parei de escrevê-lo.
Só que mostrei para algumas pessoas, e uma delas ficou muito curiosa para saber o final do livro.Então vai ser um "livro" de começo e final.Essa pessoa é a Ani, vou postar o final especialmente para ela, não tinha a intenção de colocá-lo.

A introdução para você se situar um pouco:

Prefácio

“Essas memórias eu nunca tive a intenção de publicar... mas como não tenho dinheiro nem para comprar feijão vou ver se vendo alguma coisa. Não que eu acredite isto ser um best-seller. É assim mesmo que se escreve? Sabe, nessa minha vida eu aprendi que um L pode fazer diferença. Ou nenhuma...”.

Memórias regadas de tristeza, amizade e muito Heavy Metal.

Bem começaremos por onde?Talvez o começo seja o melhor lugar. Primeiro, quem sou eu?Esta resposta sempre foi difícil para responder.Meus amigos diziam que eu era um rapaz divertido e com talento para escrever.Lendo esse livro você já deve perceber o quanto esses canalhas mentiram para mim! Então eu não direi quem eu sou, apenas deixarei o leitor tirar a sua própria conclusão.Meu nome é Augusto Veras.

1-Criança.

Este capitulo não é importante.Pode pulá-lo se quiser e eu sei que Machado de Assis já usou este recurso.Não sou nenhum grande escritor.Aliás, não sou escritor.Apenas sou um jovem que resolveu contar a sua historia. Surpreendente? Eu diria que não, mas eu estou contando-a e você pode ler se quiser.

Eu cortarei esta parte. Sabe, não há muitas coisas para você saber. Alguns fatos bastam. A minha vida só começou quando eu entrei em um colégio no qual não citarei o nome, até porque eles não estão me pagando por isto! Eu tenho umas criticas a fazer a este colégio. O ensino foi bom, sempre preparando seus alunos para o vestibular. Mas pelo o que eu me lembro cheguei a pagar R$ 500,000 reais; eu não, meu pai. Desculpe-me se você esta lendo isso. Eu sei que não estudei nada e nunca fui um bom aluno ou filho.Eu avisei para me colocar em uma escola pública. Mas isso não vem ao caso.Meu pai pagou isso tudo para nunca ter papel higiênico nos banheiros da escola. Sério! Sempre que precisava não tinha, mas de qualquer maneira foi lá que eu conheci os meus melhores amigos.

2-Vida.

Voltando ao agora.O que realmente é a vida? Sim, é neste capítulo que eu pensarei.A reflexão do garoto vagabundo. Apontado por alguns como satânista perturbador da paz cristã. Julgar uma pessoa porque ela escuta um determinado tipo de música... Não se pode ter opinião própria nesse mundo?Acredito em um Deus. O Criador de tudo. Até porque deve existir uma força maior. Mas pare, agora você está fazendo o quê?Lendo meu livro e comendo qualquer coisa? Deitado em uma confortável cama? Em um lar? Você se acha uma pessoa feliz?Se achar, está certo, porém eu não me acho feliz.Não dá. Mundo injusto e cruel. Milhares e milhares de pessoas morrendo de fome, enquanto, neste momento, há alguém preocupado com qual roupa vestirá. Por isso eu acho que Deus está morto ou não se preocupa com ninguém. Mesmo ele sendo o nosso criador, não tem obrigação nenhuma em nos ajudar. Quem começou com a miséria foi o homem, então ele que pague por isto. Sinceramente, eu tenho vergonha de pertencer a esta raça. É verdade que não sou o único a declarar ódio a raça humana. Agora pararei de cansá-lo, querido leitor, antes que você largue este livro e vá assistir a caixa alienadora. Mostrarei-te, em poucas palavras, o que eu acho da vida.

-Passamos a vida brigando. Buscando valores falsos. Construindo uma base social para a nossa amada vida. Vivemos amores. Criamos sentimentos mesquinhos, egoístas, ambições...Nos orgulhamos por ter um emprego melhor. E até mesmo sentimentos prazer em mostrar para o outro o quanto somos melhores.
Mas no final de tudo, somos comida para ser decomposta.

Este é o nosso mundo. Ele conseguiu acabar com todas as esperanças de um jovem de apenas 16 anos.

Chega...antes do final alguns detalhes que devem serem revelados:

- A banda de Augusto nunca teve sucesso, eles não tiveram oportunidade de mostrar a sua boa música e mudaram de emprego, ou não.
- Millah se casou com Rafael, seu melhor amigo.Millah era sua amada que ele nunca teve, amor platônico.Ela foi morar na Europa.
- Seu pai morreu, ataque cardíaco, quando Augusto tinha 19 anos.Morou com a sua avó até os 22 anos, ela morreu deixando uma pequena herança para ele.
- Sua mãe extremamente católica não admitia um filho metido no Rock, desapareceu sem dar notícias.
Resumindo, Augusto agora tem 22 anos, está sozinho.Seus amigos estão na Europa e ele ainda tenta viver de música em uma casa enorme e vazia.

Capítulo Y, o Meu agora.

Agora deixa de ser memórias, cheguei no meu presente, se é que ele existe.Você já sabe de tudo da minha vida, leu tantas coisas.Posso dizer que é um grande bisbilhoteiro, mas obrigado por suportar esse chato até o final.Essas folhas são registros da minha vida, só assim nunca serei esquecido.
Hoje eu decidi, não vou mais continuar morando aqui nessa casa, começarei um longo processo de me mudar para outro local.A parti de agora as coisas ficaram mais difíceis do que o comum.Narrarei o meu futuro.Será que vou prevê-lo corretamente?

Mudança.

Augusto passou boa parte da tarde escrevendo, estava um dia quente e escuro, não que os dias sejam claros para ele.Faz dias que não sai do quarto.
Quando terminou as escrituras pegou logo o Violão, estava com uma foto na mão.Uma em que tirou no studio, com a sua banda.
Gabriel, Rafael, Millah...
Onde estará Gabriel agora?Ele não sabe, o companheiro de música desapareceu no ano passado e ninguém teve notícias dele.
Seus maiores amores estão se amando agora.Tão distantes quanto a sua alma. É por isso que tinha decidido, nessa noite partiria.Sentou-se com a foto na mão e a colocou na sua frente.E com o violão começou a tocar, espalhando pela sua gaiola uma melodia triste e melancólica.
Tocou por horas ou talvez dias.Seus dedos atrofiados sangravam.Sujava o seu único amigo com o sangue, mas o homem já estava fora de si.Chegou em um momento em que não tocava mais, apesar de seus ouvidos ainda ouvirem a música, ele fechou os olhos.
Morte?Poderia ser morte, mas ele preferia chamar de sono.Um sonho, o Homem que nunca deixou de ser um adolescente finalmente estava no lugar que sempre desejou, o seu mundo de sonhos e fantasias.Onde ele não estava sozinho.Um lugar que poderia viver pela música.E o mais importante, um lugar onde precisaria falar.
Então lá ele não tinha em mente Millah, Rafael, fome, miséria, traição, ignorância e nem nada em relação à Terra Decadente que é como costumava chamá-la.

Fim.

Capítulo Zero, Desculpas.
Não tenho o mesmo talento para escrever que Augusto tinha, mas fiquei sabendo do que tinha acontecido com ele e voltamos para Fortaleza.Acreditando ou não, ele realmente fez o que tinha no capítulo anterior.Quase uma semana depois o encontraram em casa, estava com os dedos todos marcados e muito desidratado.Mas não, Augusto não está morto, o levaram ao hospital.Ele ainda respira, seu coração bate.Só o seu corpo que é extremamente frio, por mim a sua alma não está mais no corpo.
Millah não quer desligar as máquinas que deixam o deixam vivo, acha que ele ainda vai acordar, já eu duvido.Augusto está com o corpo na terra, mas sua alma alcançou o que sempre buscou, paz.


Então, como amigo de Augusto, reconheço o mal que fiz para ele.Mesmo não querendo nem desconfiando de nada, só fui saber quando li essas memórias, eu peço desculpas meu caro amigo e publico agora tuas memórias.


Começo.

"Aí Ani o final é esse, desculpa se não era o que você esperava.Muita preguiça para continuar e você sabe que não gosto do que escrevo.Fiz o final resumidinho só para você não ficar sem saber.