sexta-feira, 27 de junho de 2008

Elegia para mim.

Elegia para mim.



Quando eu morrer

O céu vai continuar lindo.

As nuvens inda ficaram lá

Formando castelos, belas

Fortalezas de nuvens brancas

Flutuando no cenário Cerúleo

Quando eu morrer

Vai ter um jogo da seleção

Ninguém vai querer chorar por mim

Mas quando de oito da Argentina perder

A comoção será geral e todos vão chorar

No dia em que esse poeta louco morreu.

Quando eu morrer

Os meus amigos, esses sim, talvez

Fiquem muito tristes, mas talvez.

Só ficarão se nenhum estiver namorando

Parece que os amigos morrem antes de morrer

Quando estão no braço de uma doce mulher.

Quando eu morrer

Eu só peço uma coisa:

Quero morrer de noite, lua cheia

Partir olhando para a lua que foi

A minha namorada mais fiel

Sempre que quis te beijar, lá estava no céu

Quando eu morrer

Ah sim, talvez eu queira pedir mais

Antes de morrer, Deus, permita que eu

Possa voltar para a minha terra

Que tinha palmeiras e sabiás

As palmeiras foram cortadas e os sabiás...

Quando eu morrer

Outros também vão morrer comigo

Deixarão este mundo em busca do desconhecido

Pegarão suas coisas e poemas incompletos

Meterão dentro de uma mala vermelha

E viajarão em busca do descanso.

Quando eu morrer

Ah sim, quando eu morrer, pai

Devolva o Tokyo Tales do Pedro Henrique

E peça desculpa por eu não ter aparecido

Tive um compromisso que não dava para adiar

E diga que o seu bom e velho amigo jaz falecido.

Quando eu morrer

Não posso esquecer das coisas mais importantes

Pedir para a minha mãe me perdoar por não ter

Seguido a religião que ela queria, talvez assim

A senhora perceba que é mais fácil aceitar a morte

Do que me preocupar com o que vai acontecer depois dela...

Quando eu morrer

Já chega, quando eu morrer

Vai acontecer tantas coisas, tantas outras mortes

E esses versos também vão morrer comigo

Assim como todos os outros poetas loucos que um dia

Sonharam em morrer em um dia de Domingo.

2 comentários:

Anônimo disse...

pra variar falando nela, a tão temera e discutível: morte!

gostei do poema, ficou bem pessoal.
ps:eu chorarei, mas ainda tem teus poemas e contos como umas boas lembranças.

(L) poeta
beijos

Anônimo disse...

Eu adoraria morrer em noite de lua cheia. Verdade muitos amigos se vão conforme o tempo passa, mas eu quero acreditar que existe amigos com quem vc pode contar por toda a vida por isso eu quero ser um deles. Pode contar com a minha amizade, sempre.