Bom pessoal, eu não tive muito tempo para ficar revisando o texto, então qualquer coisa me avisem aí. Peguei uma virose/gripe/seja o que for from hell que acabou me deixando na cama alguns dias, mas já estou melhor. Sobre o conto, acho que próxima semana ele será finalizado. Fiquei satisfeito por ter despertado curiosidade em vocês(poucos, porém valiosos). Aqui vai mais uma parte, espero não descepcionar. Mas acho que esse é o máximo que um conto basedo em um sonho meu - que são todos malucos - pode chegar. Enfim, sem mais delongas:
13 horas.
Estou um pouco abatido. Não sei se foi a feijoada ou o quê...O ar inspirador da manhã foi trocado pelo mormaço quente e pestilento da tarde. Perdi a conta de quantas vezes eu tive vontade de me jogar. Roberta está vendo TV desde o almoço, mas não tive vontade de ficar próximo dela. Acho que estou vendo visagem e explicarei.
Antes do almoço fui tomar banho. Depois da ducha fiquei um tempo me olhando no espelho. Vi que as olheiras estavam sumindo e parecia mais jovem. A morte daquela mulher realmente foi um peso tirado de minhas costas. Estava me vangloriando até que vi uma coisa muito estranha...um reflexo no espelho: era ela! A minha sogra. Juro como era...E a maldita parecia sorrir. Um sorriso largo, que partia de uma orelha para a outra como um bumerangue. Não quis comentar com Roberta, até mesmo porque depois ela chegou me falando que tinha se arrependido de ter ficado feliz com a morte da mãe.
- Por Deus, era minha mãe! E eu tenho a obrigação de amá-la. Viva ou morta.
Prefiro ela assim, amando a mãe. Deixo o ódio para mim. Talvez algum dia eu explique o motivo de odiar tanto tal criatura morta. Mas não esqueço o reflexo...sei que vi. Não estou louco. Não estou louco.
18 horas.
Não sabia que tinha tanto mosquito nesse condomínio. Tentei falar com o síndico mas o celular dele só dá no ocupado e ninguém abre a porta em seu apartamento. Eles estavam me rodeando e eu – juro pelos deuses – mordi um, e comi-o. Foi um reflexo, foi por causa da raiva. Mosquitos irritantes! E Roberta ainda está vendo TV e comendo sorvete, estou começando a me preocupar.
21 horas.
Roberta ainda está vendo TV e eu não encontro outra coisa para fazer a não ser escrever no meu diário. Meu instinto de homem pede por sexo, mas pobre Roberta, não merece que eu vá lá atentá-la. Deve estar em choque, ainda mais do que me dissera mais cedo...Vou ver como ela está.
23 horas
Ela não quer sair da sala...não quer sair daquele sofá. Nem fala comigo. Estou com sono, vou dormir.
14 de agosto, sábado
Tudo começou quando Roberta e eu estávamos jogando xadrez na sala. A porta estava aberta, e o corredor lá fora estava vazio. Peguei minha torre, mas não cheguei a pousá-la no tabuleiro, pois escutei um barulho estranho. Parecia alguém se arrastando. Não consegui explicar o fato do barulho ter me deixado perturbado...
- Vou mijar – disse para Roberta.
E com a torre na mão fui ao banheiro.
Levantei a tampa do vaso e comecei a urinar. O barulho que antes vinha do corredor inexplicavelmente agora vinha do box no banheiro. Movi minha cabeça para a esquerda e não acreditei na visão. Tentarei descrevê-la, aviso logo que não sou bom com essas coisas.
Minha sogra estava tombada ao chão. Os braços apoiados nos cotovelos e a mão direita apoiada na cabeça. Na esquerda ela tinha um arma branca, me pareceu uma faca. A velha sorriu para mim.
Soltei um grito agoniado e passei a correr. Eu estaria rindo ao lembrar da cena agora, parece ser muito engraçado um cara correndo com a piroca de fora a balançar e a cara de surpresa da sua mulher. Eu mesmo parecia a Roberta correndo duma barata. Ah, mas eu não vejo graça mesmo. Antes de correr eu pude sentir os dedos gelados da velha. Mas antes os dedos gélidos do que a faca.
- O que foi? O que foi, amor?
- Vou enlouquecer.
Não fiquei lá, estava envergonhado. Tranquei-me no quarto e passei o resto do dia lá. Minha mulher tentou me tirar de lá algumas vezes. Mas eu não saí. Foi um péssimo sábado, mas não importa...nas férias todos os dias são sábados.
15 de agosto, domingo
16 horas
A Roberta está dormindo. Depois do meu delírio ontem eu não falei mais com ela. Sai do quarto só hoje e ela já estava dormindo. E dorme até agora! Estou entediado, mas também não a acordarei. Acho que sairei um pouco, desde que chegamos aqui não saímos ainda. Não teve precisão. Ao menos acho que não...na verdade mesmo não sei porque ainda não saímos de casa.
Dei um beijo em Roberta agora, que está bem gelada, talvez seja por causa do frio que faz hoje. Agora estou indo para a rua, sem lugar definido. Depois coloco aqui para onde fui.
Te amo Roberta. Não sei o que tá acontecendo.
6 comentários:
esse negócio de ficar dividindo em partes parece séries norte-americanas: tem que ficar esperando uma semana para ver um episódio inédito! xD
bem legal a continuação, só não gostei muito da parte em que ele sai correndo do banheiro com a piroca de fora... acho que não combinou muito com o suspense e o terror do conto...
esperemos para o final semana que vem!
Agora que a Gi falou, tá parecendo série norte-americana mesmo! (nojo) hehehehe
O suspense tá massa, e também não gostei da piroca balançando, porque eu imaginei a cena...
abraço
Quanto ao "nojo" aí em cima: Não sei exatamente porque o Carlinhos tem repulsa por coisas estrangeiras, ainda que sejam boas. ele é bem um Quaresma mesmo.
Quanto ao texto: mantém o suspense mas a 1ª parte foi melhor.
Abraço
Nhooo que graxinha :B
UASHUASHUASHUAS
Brincadeira, mto bom hermuxo
Cara, vim aqui pq no outro blog faz tempo q não vejo nada. hehehe
E gostei. Tb escrevi contos baseados em sonhos (um pouco diferentes), mas esse suspense tah mt bom. Realmente, acho q a piroca de fora não combina com o suspense, mas talvez por isso não tenha achado nada de errado. Se é o diário do cara, e ele tah ficando louco, nada mais natural do q escrever coisas q nao combinem. Ao menos, na minha opinião.
Teu texto tah um pouco parecido com O Horla, do Maupassant. Já leu? O estilo e o modo estão bem semelhantes, exceto pela velha (aí parece O Grito...)
To aqui esperando a próxima parte. hehehe
PS: no meu blog, postei a segunda parte do conto medieval. Abração!
O cara está no desespero mesmo. Recorrer ao diário e ainda achar que deve explicações a ele... xD Personificando as coisas, e ainda percebendo!
Ê, ela vendo TV toda hora e comendo sorvete, parece coisa depressiva. Eu hein...
E olha o realismo do texto, o automatismo do cara em continuar segurando a torre, mesmo quando o desespero pega desprevinido!
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