quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Betinha

Não lembro quando fiz, acho que foi nesse ano. Não coloquei a data. É apenas um conto, e é só , pessoal.




Betinha dava passos pesados e furiosos no chão. Caminhava pela avenida principal. As luzes brandas dos postes brilhavam seu rosto bem cuidado. Expressão angelical que se mesclava com o ódio que sentia no coração agora.
Ela tem apenas 17 anos, e hoje, acabou o seu décimo oitavo namoro. Não dá, não consegue encontrar o príncipe encantado e logo deixa o pretendente. Esse último era mais ou menos, mas era muito feio. Não que fosse gordo, mas encontrava várias imperfeições em seu rosto e não conseguia amá-lo. Sem contar que ele nunca tinha dinheiro para ir ao cinema com ela, se é feio ao menos que tivesse como agradá-la. Teve que ver Alvorada sozinha e isso a deixava chateada.
Não parou de andar. Olhou em sua bolsa, lá estava eles. Sua coleção sagrada de livros da Stephamie Neyer. Passou os dedos na capa de algum deles e fechando os olhos. Quero um vampiro, pensou.
Betinha estava perdida em suas fantasias. Imaginava um belo janota aparecendo do nada e a beijando como ninguém nunca a beijou. Ela nem percebeu o que estava perto. O seu fim chegaria. Pegou o celular. Sem sinal. Meleca, terei que ir de ônibus. Ainda bem que o meu ex ensinou, pensou novamente. Se encostou no banco da parada. Não tinha ninguém por perto. Talvez por isso tenha se assustado tanto ao ver aquele homem na sua frente. Acabou se afastando um pouco para trás. Observou bem. Ele era lindo, parecia que tinha saído de um conto de fadas. Um Deus.
Aquela presença a excitava. Não entendia bem o que sentia. Tudo bem que ele era o cara mais lindo que ela tinha visto na vida, mas o que estava sentindo agora ia muito além. Era além de. Sentia o corpo tremelicar. O coração batia e pulava como pipocas na panela. O corpo estava mais quente do que o normal. Calor. Olhou-o de pé à cabeça. Parou em seu rosto e estava mais encantada ainda. Ela percebeu dois caninos longos saindo da boca rosada do estranho. Ficou arrepiada. Ela não sabia nada sobre vampiros: só o que tinha lido nos livros da Senhorita Neyer. Sorriu para ele. Ele sorriu para ela. O vampiro colocou a mão dentro do casaco e puxou uma rosa e entregou-a. Ela transmitiu uma expressão radiante como o sol.
O vampiro se aproximou mais e Betinha pôde apreciar o frio de seu corpo. Como era gélido. Deixou ele se aproximar mais. Ele a abraçou sem nenhum problema.
O verdadeiro vampiro ponderou: que fácil, nem precisei usar nenhum poder de sedução. Como é divertido. Uma nuvem sádica de prazer invadiu sua alma imortal. Então finalmente decidiu o que faria. Concentrou-se um pouco e assumiu sua forma normal. A máscara de beleza foi cedendo para o horror. Seus cabelos caíram, deixando à amostra uma careca pedregosa. Os olhos ficaram vermelhos como o sangue e os caninos maiores ainda, como um tigre dente de sabre. Estava se controlando para não rasgar a carne macia da menina.
Betinha viu tudo que foi muito rápido, com o susto ela começou a gritar, mas não tinha ninguém na rua. Por que não tinha? Que pesadelo. Avenida Principal e nenhuma alma viva. O que era aquilo? Que mostro horrível! Sentia-se enganada. Traída, será que nunca encontraria alguém bonito o suficiente e perfeito como ela merecia? Lágrimas nos olhos, tentou correr. Mas o vampiro apareceu rapidamente na sua frente. Ele encostou a mão em seu seio esquerdo. Fechou os olhos, e sem esforço, passou a moldar a carne de Betinha. Ela já não podia falar, não conseguia, estava paralisada de medo. O demônio perverso se divertia com aquilo. Aquele corpo bonitinho sendo transformado em uma abominação. Ele moldou o seio esquerdo dela de uma forma que ficasse dezoito vezes maior do que o direito. Então ela ficou recurvada com o peso do peito. Gargalhou alto. Por um momento precisava agradecer aos tolos que tentavam mudar o que a sua raça foi, é e sempre será: caçadores superiores e perversos. O topo da cadeia alimentar. Mordeu o peito gigantesco da garota e sorveu-lhe o sangue em longas lambidas. Bebia a vida em goles. Não a matou. Largou-a no chão. Fitou-a nos olhos. Agora via o horror novamente. Entrou em êxtase com aquela expressão. Deixou crescer longas garras ossudas em sua mão direita e a degolou. Pouco sangue pulou para fora do corpo. Gargalhou e lentamente foi desativando a sua ofuscação. Hoje não estava preocupado em esconder a vítima, queria causar tumulto mesmo. Ele sim era o verdadeiro diabo retratado nas possíveis ficções de loucos insones.


Tô ouvindo Contando Estrelas to Cidadão Instigado imitar o Carlim, ele gosta de fazer seguidores. kkk

5 comentários:

Emily [Nhinhinha]~ disse...

Bem melhor e mais tenebroso que Crepúsculo. :3

A moça da flor disse...

e o rpg truando!! hehe
nem jogou vampiro a máscara né meu fí?
xD

gostei do conto
só não gostei muito do final '-'
pensei que ela ia acordar, sei lá.
tadinha da pobi. vem toda enfeitiçada pelo vampiro e aí ele fica todo tosco '-'

tá tudo bem tou boba nos meus cometários hj....
mas enfim...
um bom conto juvenil (y)

beijo

Thiago César disse...

mermão, muito doido esse conto oh! e bem feito pra essa cumadi ae... hehe!

essa musica do cidadão eh uma das melhores do novo cd!
valew!

CA Ribeiro Neto disse...

Primeiro, vou concordar com a Dalila quando ela diz que é um bom conto JUVENIL. Pra mim, só é bom pra juvenil, mah!

A parte do seio crescer, eu achei tosco demais, mas como não entendo muito desse estilo de texto, deve ter algo aí que eu não sei, e por isso, não entendi.

Eu torci pra ela não acordar de um sonho, tem coisa mais previsível que isso?

Nunca li nada de Crepusculo para dizer se é melhor ou pior!

Não gosto de fazer seguidores, gosto que siguam-me naturalmente! Sinal de que algo de bom estou fazendo! hehehehe

E aquela parte do "Se meu coração parar de bater..." é o refrão sim!

Lala disse...

Muito boa a história! Mais pensei que o final seria diferente kkkk.