quinta-feira, 1 de abril de 2010

Chove

Acho que estou de volta, e com um poema. Sei que parece preguiça, e é mesmo, tenho menos trablaho às vezes para escrever em versos. Bom, já andei lendo alguma coisa de vocês, mas hoje vão postar novamente mesmo, e lá estarei. Sobre essa poesia, já é movimento superado, mas ficou um poema marcado. Mas agora ele é mais ficção do que verdade.


Chove, é março. O que diz?
O que esse mês exprime?
Nada! Nada! Nada!
O que é que condiz?
Para março? Nada!

Chove, e é de tarde.
Civilizado, somos protegidos,
Em casa podemos conversar.
Só na calma do templo
Que nós podemos amar.

Trovão lá fora, trovão cá dentro,
Uma confissão dela, estrondo.
A dança, movimento sagrado,
Quando é feito a dois...

Tanto tempo, tanto tempo!
E lá fora o tempo ruim, e dentro?
Chove aqui dentro. Chove dos teus olhos.
A dança? Não realizamos. Foi com outro.

Dança profana, mas sem sabor.
Agora morro afogado, pois é março.
Março diz: nada. E nadar não sei.
Como queria nadar nos olhos dela
Para não morrer afogado.

4 comentários:

Giovana disse...

Que bom que vc voltou, Hermes!!! =p

Dei uma rápida lida, há alguma referência de Águas de Março?

Depois volto aqui de novo... só vim dizer mesmo boas vindas!!! =p

\o/

CA Ribeiro Neto disse...

Cara, se eu entendi o que eu entendi. É um poema bem profundo e bem sério, principalmente se for baseado em fatos reais...

A chuva pode fazer escurecer, deixar carregado o momento, mas ele também limpa, purifica...

Thiago César disse...

confissão de chifre num dia ordinário deve ser foda...

Giovana disse...

Hermes, li várias vezes seu poema. Tive várias impressões: uma dualidade de ambientes (civilização X um estado de selvageria), a confissão de uma traição, uma dualidade tbm com o temporal (chve dentro da casa e fora - a própria confissão dela é assimilada com um trovão, assim como a referência a água da chuva e dos olhos dela)... sei lá, achei várias coisas... a dança como sexo tbm...

Mas não entendi por que Março? Por que não Janeiro? Em janeiro, aqui em São Paulo choveu sem parar! rs

depois de ter relido várias vez e em vários momentos diferentes e estar me sentindo demais por ter conseguido captar tanto de um poema (coisa que não acontece comigo) eu leio o comentário acima do Thiago César e rio muito... Foi muito engraçado! ahahahahahaha

Não deixe de postar por tanto tempo, Hermes!! Adoro suas postagens!