sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Duetolatria

Esse poema é um diálogo. Fiz com a Emily pelo msn, fiz a primeira estrofe, ela a segunda, eu a terceira, e ela terminou com a última. Eu não ia postar hoje( ainda é quinta, pois não dormir), porém, como fizemos o dueto, aqui está.


I
- Eu, que vivia solto e largado
Passava horas a conversar
Com a esperança - bicho destroçado,
E por azar, talvez, a tal criatura não tinha mão
Para poder passear comigo ao luar...
Ai! Quem adivinharia que tudo mudaria?
Que com uma simples negativa, qualquer não
A vida minha poderia ter ficado estável...
Não queria, não desejava assim ficar.
E como não esperava, te conheci, tão amável!

II
Por mais que você me esteja a dizer isso,
Eu que me sinto sortuda em tudo.
Diante do nosso firme compromisso
Eu me derreto, fico tonta, muda!
O nosso carinho gira, e retorna, e vem,
Mas a tontura não me faz mal, só bem
Porque de um sentimento tão prazeroso
Nada mais poderíamos ter, senão gozo.
- Todo o mais é resto.

I
- Não há o que competir, mas me ajoelho
Não por submissão, mas por apego
Quero senti-la de olhar aprazível
A tocar-me as mãos com todo esse zelo.
Digo que não vamos esquecer o universo,
Mas tanto sentimento em duas almas assim,
Exige um tempo para se entrelaçar!
Sabes que a vida nos exige mais do que deveria,
Mas juntos, enamorados, vamos nos amar!
Porém, ao chegar visita, faremos sala a quem quiser
O mundo precisa de nossas almas também,
Mas que saibam que tu, apenas tu, és minha mulher...
Ao mundo as cobranças e meu intelecto mecânico,
Mas a ti os poemas e a minh'alma lírica!

II
Ah, sim...! Nosso apego, nossa sublime escolha.
A gota que nos faltava, que escorre e molha
A face antes triste - algo novo aqui germina!
Florescem frondosas flores, frutos e folhas
E fincam-se raízes nesse amor que nos fascina.
Me entrego a ti de corpo e alma, totalmente.
Não me arrependo, pois é devoção diferente,
Idolatria recíproca - ofereço tal qual recebo.
Você, meu senhor, galhardo e mancebo,
É também amigo, confidente, namorado.
Como não o tocar com zelo, amor, cuidado?
É tão ou mais precioso que meu próprio ser!
O mundo chama, mas tudo, tudo pode esperar
Quando é para te ver, para te sentir, te abraçar,
Porque não sabemos o último dia de viver.

5 comentários:

Anônimo disse...

Bom demais poetar contigo. <3
[Aliás, o que não é bom contigo?]

A moça da flor disse...

tá...
vou nem dizer que fiquei com os olhos marejados. hehe

Lindo!
;*

CA Ribeiro Neto disse...

Caramba, isso tá muito bom!
Os dois são ótimos poetas, sem dúvida!
Jorge e Zélia! hahahahaha

Interessante que as palavras masculinas são por demais quebradas, cada verso tem uma parada, tem uma sucessão de palavras não tão corridas, que não deixa a linguagem feia, mas mais dificultada. Dificultada como é, geralmente para o homem, falar de amor.
E a fala da mulher, corre rapidamente pela nossa mente, nossos olhos, nos sentimentos, como a mulher tem facilidade para "discutir relação" - porque discutir relação só pode ser coisa ruim?

Muito parabéns aos dois!
Hermes, depois poste aqui o nosso Diálogo I! heurheurheurheurhehruehuh

Thiago César disse...

caralho, isso tah simplesmente MUITO interessante!!!

Pedro disse...

Ficou muito bom!

MUITO BOM MESMO!


Esses dois, viu?, sei não...