sábado, 27 de novembro de 2010

Tá tudo errado - Desencantado

E finalmente, continuando a série Tá tudo errado! É isso mesmo. Boa leitura, público.


Desencantado

Não é possível ter um pensamento autônomo vivendo em sociedade. Somos produtos de contextos histórico-sociais. A arte nunca foi sublime. Bela? Sim. Mas a beleza não implica misticismo. Arte é uma forma de pensar e fazer real e concreta. A subjetividade é palpável.
Não é necessário dizer que esse pensamento não é meu, a única liberdade que tenho é de concordar ou não, e no mais, acrescentar alguma marca pessoal (construção social da personalidade?). Alguém pode dizer que podemos inovar, ser vanguarda. Sim, podemos. Mas esse pensamento não é só meu, e sim de um conjunto, por mais ínfimo que seja ao comparar-se à multidão conservadora.
Os defensores da liberdade, inovação e direito autoral dizem que, apesar de ser raro, é possível o sujeito ser totalmente inovador. Revolucionar a sua época. É verdade. Mas essa ideia foi arquitetada através de condições, essas originadas em ações sociais passadas, dentro de uma época, lugar e entrelaçada à relações multifacetadas da sociedade.
É uma ideia claustrofóbica. Estamos fadados a arquétipos e sobreposição de pensares? Parece que sim. O pior é ter esse pensamento em um shopping center, local onde teoricamente deveríamos relaxar e ter lazer. Entretanto, o pensamento sociológico já faz parte de mim, e quanto mais estudo fico desencantado com o mundo. Ainda bem que estudo pouco...

10 comentários:

Thiago César disse...

eh issae, meu brother!
a vida eh dura!

Anônimo disse...

Quando começo a pensar nisso, embiruteço. Essa guerra de direitos autorais começa aí. Negócio de inovador, o cacete. AEGYEGGSE
De que adianta ter uma idéia igual, só mudando o nome? Um significado igual, só mudando sua forma?
Hoje em dia já fizeram tudo de tudo, ser inovador é a coisa mais difícil. Exemplo: Usar roupa não é inovador, usar nada de roupa não é inovador. Tipos de roupa, há sempre novos e malucos. E também os antigos. Mudar o jeito de vestir? Pode ser. Mas também há vários.
É, ainda acho que pensar nisso me faz embirutecer. Ainda bem que estudo pouco [2].

CA Ribeiro Neto disse...

Agora que entrou no PET vai morrer de estudar!!!

Cara, impossível você fazer algo totalmente inovador. Até porque, temos nossas individualidades, mas nossa cultura humana é coletiva e inevitavelmente vamos basear o que fazemos em algo que já vimos.

CA Ribeiro Neto disse...

Hermes, temos agora mais dois membros no blogs de quinta:

Lucas Lima - http://oceuescrito.blogspot.com/

Marcos P. S. Caetano - ­http://marcospscaetano.blogspot.com/

Assim, recomeçamos aquela regra dos 15 membros, quem não postar em um mês, será desligado do Blogs de Quinta, podendo retornar em outra oportunidade.

abraço

Paulo Henrique Passos disse...

Costuma-se dizer - e esse papo não é novo e nem desconhecido - que a literatura é feita menos pelo que se diz do que como se diz. Quer dizer, embora quase sempre se diga a mesma coisa, o que vale - mas não apenas - é a forma de dizer. Então eu acho que se é pra inovar, o façamos na forma, sem medo de dizer o que já foi dito, mas do jeito individual. A forma é importante; não é à toa que poemas e contos de amor causam coisas diferentes no leitor. A adaptação de Os Lusíadas para prosa certamente não é igual ao original

CA Ribeiro Neto disse...

Hermim, próxima semana faremos mais uma Ação Blogs de Quinta - 7 filmes que marcaram a sua vida!

Faça uma lista com pequenos comentários sobre 7 filmes importantes para você!
abraço

Marcos Paulo Souza Caetano disse...

Platão costumava dizer que nós só nos demonstramos nós mesmos na nossa última instância, com as nossas portas fechadas, trancadas. Quando estamos sós, em nosso pensamento. Veja, vale salientar que foi Platão que disse, e não eu mesmo, que apenas reproduzi isso.


E arte de crítica, análise, síntese, nós somos máquinas de calcular dados do mundo, não penso que nós sejamos esses dados, mas o mecanismo que os ajusta.

Abraço Hermes.

Giovana disse...

Não consigo imaginar como seria possível e o caos que seria o contrário do que vc acabou de descrever.

Se não fosse esses "movimentos" seria impossível estudar o passado. Imagine cada um falando uma coisa totalmente diferente do outro num mesmo momento.

Não existiria literatura, evolução científica... ou até mesmo arquitetura ou arte! Se tudo o que produzimos é resultado de um pensamento de época que, por sua vez, é resultado de um processo anterior, é que é possível estudar os homens em sociedade e tudo o que é produzido por eles.

Eu acho muito legal esse negócio de que cada um é "filho de sua época" (apesar de ter gente que gosta de ficar vivendo a época dos outros). Assim como, na minha opinião, é impossível viver fora do sistema, é impossível pensar autonomamente, mas que, não necessariamente, isso signifique algo ruim.

Eu acho que consegui me complicar ainda mais @_@

Unknown disse...

realmente sinto o mesmo.
a cada dia me desencanto com um mundo que nos livros antigos parecem ser tão belos.
parabéns pelo blog.

Unknown disse...

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